Dissertação da pesquisadora Julia Borba debate as relações Brasil-Aliança do Pacífico
A mestra em Relações Internacionais Julia de Souza Borba Gonçalves obteve seu título com o trabalho "Brasil e a Aliança do Pacífico: visões em disputa na integração regional?", pelo Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais 'San Tiago Dantas' (UNESP - UNICAMP - PUC/SP), sob orientação do Prof. Dr. Marcelo Passini Mariano. O trabalho completo pode ser acessado aqui.
A Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México) surgiu como um novo bloco na América Latina em abril de 2011. Foi declarado por seus membros como um processo de integração regional que fomenta – tal como consta no Acordo Marco da Aliança do Pacífico – o regionalismo aberto e a inserção internacional na região Ásia-Pacífico. A partir de então, a ideia de que a Aliança do Pacífico fazia contraste ao Mercosul começou a ser discutida pela Academia, por jornais nacionais e internacionais, e por atores domésticos brasileiros. A princípio, para o Brasil, os impactos da Aliança do Pacífico para o Mercosul foram tratados com certo ceticismo, principalmente por se acreditar que a Aliança do Pacífico poderia aprender com a experiência do Mercosul, até que em 2014 houve uma iniciativa por parte do Brasil de se aproximar do bloco e, atualmente, este tem sido um tema relevante na agenda de política externa.
A presente dissertação de mestrado se dedica a compreender tal aproximação a partir da política externa brasileira, focando em como esta percebe e se relaciona com a Aliança do Pacífico no período entre 2011 e 2018. A pesquisa realizada fundamentou-se em metodologia e dados qualitativos a fim de responder a pergunta se a Aliança do Pacífico é conflitante ou complementar à agenda brasileira para a integração regional. Os resultados apresentados elucidam os principais posicionamentos brasileiros em relação à Aliança do Pacífico ao longo do período; como surgiu o debate interno em relação àquela; quais foram os atores domésticos e agências governamentais envolvidas no processo de decisão; quais são as diferenças, e principalmente, quais são as linhas de continuidade de um governo para o outro que sustentam a hipótese de que a Aliança do Pacífico é conflitante com os objetivos brasileiros para a integração regional.
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